O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se diz arrependido por
ter se afastado politicamente de Lula e das forças progressistas. FHC curvou-se
à direita quando foi eleito e reeleito, entre os anos de 1995 e 2003. O tucano
também diz que o petista não é o “capeta” que a mídia pinta.
“Se eu pudesse reviver a história
eu tentaria me aproximar não só do Lula, mas de forças políticas que eu achasse
progressistas em geral”, disse o tucano em entrevista na Folha ao cineasta
Fernando Grostein Andrade, irmão do apresentador Luciano (Huck).
FHC cometeu o maior crime que uma
nação jamais poderia suportar conhecida como “privataria tucana”, que consistiu
na venda a preço de bananas de empresas públicas estratégicas. Mas não deixa de
ser um “aceno” nesses tempos de golpe de Estado e de bolsonarização da
política.
Ainda sobre Lula, ele afirmou que
não considera o petista o capeta e que o sentimento de vingança é muito ruim
para a política.
Fernando Henrique deu sua opinião
sobre o golpe de Estado ocorrido em 2016: “A causa real do impeachment [de
Dilma Rousseff], foi a perda de confiança da sociedade que se reflete no
congresso.”
O ex-presidente falou na
entrevista sobre a bandeira pela qual tem se mobilizado: a descriminalização
das drogas e a consequente — e equivocada — política de guerra aos
entorpecentes.
“Pouco a pouco, os
narcotraficantes foram tendo influência política. Pablo Escobar é o maior
símbolo disso. Mas não é só ele, e nem é só lá. O Brasil ainda não tinha
chegado a este ponto, mas está começando. Você vê no Rio de Janeiro a
penetração. Não só no Rio. Se você pegar São Paulo, que é uma coisa bem
diferente no aspecto público do Rio, no aspecto prisional, o controle das
penitenciárias em largas medidas é também penetrado pelo PCC”, disse o
ex-presidente.
