A cada hora, 503 mulheres
são vítimas de violência no Brasil. Dois terços da população presenciaram uma
mulher sendo agredida de forma física, verbal ou psicológica no último ano. Os
números fazem parte de um levantamento feito pelo instituto Datafolha. A
pesquisa mostra, no Dia Internacional da Mulher, que muito ainda é preciso ser
feito para garantir que elas tenham direitos preservados e sejam tratadas de
forma respeitosa e igualitária.
A
pesquisa, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que ao
menos 4,4 milhões de mulheres foram vítimas de agressões físicas no
período de um ano. A estimativa, porém, é de que até 19,9 milhões possam ter
sofrido algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Os números mostram
também que 28,6% das mulheres entrevistadas que concordaram em compartilhar
experiências pessoais foram efetivamente violentadas entre janeiro e
dezembro de 2016.
No
entanto, metade dessas mulheres não fez nada diante da agressão. Os
números explicam: os algozes estão dentro de casa, do trabalho, dos locais de
lazer - 61% das entrevistadas afirmaram conhecer as pessoas que as agrediram e
43% das ocorrências foram na própria casa. A maior parte das agressões
relatadas ocorreu com mulheres pretas (32%) e pardas (31%).Entre as brancas, o
índice de é de 25%.
A
percepção de ¾ dos entrevistados é que a violência contra as mulheres aumentou
no Brasil nos últimos dez anos. Participaram do estudo “Visível e Invisível: a
Vitimização de Mulheres no Brasil”, feito em fevereiro, 2.073 pessoas, sendo
1.051 mulheres. Destas, 833 aceitaram falar sobre as ocasiões em que elas
próprias foram vítimas de assédio.
Armas
A
violência contra a mulher no último ano extrapolou os limites da agressão
interpessoal. O levantamento estima que ao menos 1,9 mulheres com mais de 16
anos tenham sido ameaçadas com facas e armas de fogo. Outras 257,5 mil foram
vítimas de tiros de armas de fogo, sendo que 44% das mulheres que responderam a
pesquisa afirmaram que o autor do crime era o marido ou o companheiro.
Assédio
As
cantadas e o assédio nas ruas também aumentam as estatísticas de violência. O
estudo estima que 20,4 milhões de mulheres tenham recebido comentários
desrespeitosos ao andar na rua. Das que responderam a pesquisa, 10,4% foram
assediadas fisicamente no transporte público e outra 5% foram beijadas ou
agarradas à força, sem consentimento. As pretas, novamente, e as mulheres jovens,
de 18 a 24 anos, são as principais vítimas, mostra a pesquisa.
