Mais da metade das vítimas
fatais de acidentes de trânsito em Sergipe estavam alcoolizadas. É o que aponta
um levantamento da Secretaria da Segurança Pública (SSP) com base nos registros
de ocorrências do ano passado, divulgado nesta sexta-feira (4).
A análise é do Instituto de
Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) e revela que 58,5% dos laudos periciais
testaram positivo para o consumo de bebidas alcoólicas.
A porcentagem corresponde a
144 das 246 mortes ocorridas nas estradas sergipanas de janeiro a dezembro de
2021. No mesmo período do ano anterior, foram 256 óbitos em acidentes.
“Nós verificamos uma pequena
diminuição com relação a 2020, mas o uso de álcool no trânsito ainda é alto”,
observa o perito Ricardo Leal.
Além dos riscos à vida,
dirigir sob efeito de álcool é uma infração gravíssima, segundo o Código de
Trânsito Brasileiro. Nesses casos, normalmente, a multa é no valor de R$
293,47.
No entanto, o artigo 165 do
Código de Trânsito determina o fator multiplicador de 10 vezes o valor da multa
em casos de embriaguez, cuja finalidade é tornar a punição mais severa devido à
gravidade da infração. Sendo assim, a multa para condutores embriagados é de R$
2.923,47.
Perfil das vítimas
Ainda segundo os dados do
IAPF, a maior parte das vítimas do trânsito era do sexo masculino. No ano
passado, 218 homens morreram, representando 88,6% dos óbitos em decorrência de
acidentes de trânsito. Já as mortes de pessoas do sexo feminino representaram
10,2% dos casos, ou seja, 25.
Pessoas entre 25 a 34 anos e
35 a 44 são as que mais morreram em acidentes de trânsito em Sergipe. Ambas as
faixas etárias aparecem com 19% do total das vítimas. Jovens entre 18 a 24 anos
correspondem a 14% das vítimas desses acidentes.
A faixa etária entre 45 a 54
anos representa 10% das mortes no trânsito. Os quatro grupos com maior
incidência de morte respondem por 62% das vítimas dos acidentes nas vias
sergipanas em 2021.
“Eu acredito que as pessoas
nessa faixa etária têm o hábito de consumir mais álcool em festas nos finais de
semana e infelizmente não têm a consciência de que é muito perigoso consumir
álcool e conduzir um veículo, fatalmente se envolvendo em acidentes”, afirma
Leal.
Na capital, conforme o
levantamento do Laboratório de Toxicologia Forense, 50 pessoas perderam a vida
no trânsito, indicando 20,3% desses óbitos. Já no interior sergipano, foram 196
mortes, correspondendo a 79,7% do total.
*Edição de texto: Monica
Pinto