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São Paulo, agosto de
2024 – O retorno ao trabalho,
ou mesmo a sua proximidade, pode ser um momento angustiante para as mães
que optam pelo aleitamento materno. Conciliar a rotina de amamentação com
a jornada profissional muitas vezes parece um desafio quase impossível de
superar.
Essa dificuldade pode
estar relacionada à discrepância entre a duração da licença-maternidade
prevista pela Consolidação das Leis de
Trabalho (CLT), que é de 120 dias (aproximadamente quatro
meses após o nascimento do bebê), e a recomendação do Ministério da Saúde (MS) para
o aleitamento materno com exclusividade até os seis meses,
período em que se pode iniciar a introdução de outros alimentos.
Apesar da recomendação
do MS, apenas 45,8% dos bebês têm o privilégio de receber o leite materno
com exclusividade, de acordo com o Estudo Nacional de
Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI).
“É inegável que as
mulheres que amamentam enfrentam diversos desafios no mercado de
trabalho. As políticas de licença-maternidade muitas vezes são
inadequadas, com prazos inferiores ao necessário para o aleitamento
exclusivo do bebê. Além disso, a ausência de infraestrutura adequada para
a extração de leite no ambiente de trabalho contribui para a baixa taxa
de amamentação no Brasil”, afirma a Dra. Cinthia Calsinsk, enfermeira
obstetra do Boa Hora, programa de acolhimento da Omint Saúde para
orientação a mães desde a gravidez até o pós-parto.
Como superar os
obstáculos
Segundo a
especialista, os benefícios da amamentação superam os desafios
enfrentados. “Para as mulheres, o aleitamento materno é muito vantajoso.
Ele acelera a retração do útero ao tamanho normal, reduz o risco de
hemorragia pós-parto, auxilia na perda de peso, diminui a propensão a
câncer de mama e ovário, e a doenças cardiovasculares. Além disso, libera
ocitocina, um hormônio que ajuda a controlar o estresse e promove o
bem-estar”, explica.
Ela ressalta que, ao
final da licença-maternidade, dois passos são essenciais: planejar a
extração e o armazenamento do leite para que o cuidador do bebê possa
oferecê-lo na ausência da mãe, e conversar com o empregador sobre a
flexibilidade necessária para a ordenha durante a jornada de trabalho.
“Muitas empresas têm
salas exclusivas de apoio à amamentação, que proporcionam privacidade
para que as funcionárias possam extrair e armazenar o leite de forma
adequada. Esses espaços são fundamentais para incentivar a continuidade
da amamentação”, acrescenta Calsinsk.
No Grupo Omint, as
colaboradoras têm à disposição a “Sala Saúde”, um espaço especialmente
equipado com poltronas e frigobar exclusivo para armazenamento do leite
materno, dedicado a incentivar o aleitamento. Bianca Rizzo, Gerente de
Recursos Humanos do Grupo, ressalta: “esse é um período importante e
delicado na vida das mães. Por isso, proporcionar a estrutura necessária
para que elas possam continuar com esse objetivo é fundamental para a
Omint, uma empresa que tem como missão cuidar de pessoas”.
Além disso, a Omint
oferece o Programa Boa Hora, que fornece uma enfermeira obstetra
exclusiva para acompanhar a mãe desde a gestação até o pós-parto. Este
programa está disponível tanto para empresas clientes da operadora
(sujeito à análise e aprovação prévia da equipe de gestão em saúde)
quanto para colaboradoras e dependentes da Omint.
Boas práticas para
extração do leite
Para garantir que o
leite extraído possa ser oferecido ao bebê de forma segura, é importante
seguir algumas boas práticas:
· Higienizar
bem as mãos e esterilizar todos os equipamentos com antecedência.
· Armazenar
o leite em recipientes adequados, como frascos de vidro ou plástico livre
de BPA.
· Refrigerar
o leite por até 12 horas ou armazená-lo no congelador por até 15 dias,
conforme as normas da FIOCRUZ.
· Etiquetar
os potes com a data de extração para assegurar o uso correto e dentro do
prazo adequado.
Importância do leite
materno para o bebê
O leite materno é
essencial para o bebê por várias razões. A enfermeira obstetra destaca
que a questão nutricional é uma das mais importantes: “O leite materno
fornece todos os nutrientes essenciais, como proteínas, gorduras,
vitaminas e minerais, em proporções ideais para o crescimento e
desenvolvimento saudável do bebê”, completa Cinthia.
Além disso, o leite
materno é rico em anticorpos e células imunológicas, componentes que não
podem ser replicados pela indústria alimentícia. Essas propriedades
desempenham um papel fundamental na proteção do bebê contra infecções e
doenças.
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