O presidente
da Aseopp - Associação Sergipana dos Empresários de Obras Públicas e Privadas -
e também construtor imobiliário com uma boa ancoragem no mercado sergipano
através da Celi, Luciano Barreto, não ficou lá muito contente com o pacote
anunciando pelo Governo Federal recentemente para fomentar o setor imobiliário
do país.
De acordo com as medidas, o valor de imóvel a ser financiado via FGTS,
universo da Caixa, pula de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão, mexe-se muito na
poupança, e haverá incentivos aos bancos privados no financiamento de imóveis
até R$ 500 mil. Há uma expectativa de que as iniciativas mobilizem cerca de R$
80 bilhões no universo do crédito imobiliário nos próximos quatro anos. Mas
tudo só começa em janeiro de 2019.
Para Luciano Barreto, o teto de R$ 1,5 milhão em nada favorece o mercado
imobiliário de Sergipe. “As medidas, ainda que não tenham sido totalmente
detalhadas, mas pelo que foi divulgado agora, não vão trazer incentivo nenhum”,
diz Luciano Barreto. O presidente da Aseopp já não gosta do prazo dado para o
começo dessas medidas.
“Primeiro, porque começam em janeiro; segundo, porque o maior incentivo
é o de poder financiar apartamentos de até R$ 1,5 milhão com recursos da
caderneta da poupança. Para mim, isso atende mais às demandas de São Paulo e a
de outros Estados mais ricos. Mas não move a base da construção civil, que são
os imóveis populares”, diz Luciano.
“Os imóveis populares”, adverte Luciano Barreto, seriam um negócio
melhor para quem produz e para quem tem necessidade de moradia. “Eu diria que temos que levar em conta o
fato de o grande déficit habitacional estar na base da pirâmide, que são
justamente os imóveis do Programa Minha Cassa, Minha Vida, onde os bancos
privados não atuam, e sim a Caixa. O Governo está sem recurso para atuar nessa
faixa”, diz ele. “O pior é que você não tem a quem dar sugestão nenhuma nesse
país, porque ninguém está disposto a ouvir”, diz ele.
