O projeto enfrenta obstáculos significativos antes de se tornar lei, pois ainda precisa ser analisado em duas comissões, Direitos Humanos e Constituição e Justiça. Lideranças políticas contrárias à proposta indicaram que têm maioria em ambas as comissões, e há também a expectativa de que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não coloque o projeto para votação final.
Mesmo que o projeto não seja aprovado, grupos progressistas destacaram que a votação na comissão demonstrou uma postura hostil em relação aos direitos dos homossexuais. O relator do projeto utilizou linguagem controversa, afirmando que a união entre pessoas do mesmo sexo não pode ser considerada um casamento devido à falta de complementaridade corporal dos sexos e à ausência de geração de filhos.
Além disso, a colocação do texto para votação desrespeitou um acordo prévio entre conservadores e governistas, causando indignação entre os deputados contrários à proibição do casamento gay. Parlamentares progressistas prometem recorrer à Justiça e argumentam que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) já permitiu o casamento gay no Brasil, enquanto os conservadores criticam essa decisão do STF como uma "gambiarra". Durante a votação, deputados evangélicos pediram uma reunião separada com o relator, resultando em um projeto mais rigoroso que também proíbe o poliamor e qualquer forma de relação envolvendo três ou mais pessoas.
