Com a quebra do sigilo telefônico e de dados,
a Polícia Federal vai aprofundar as investigações sobre Adélio Bispo de
Oliveira, que confessou ter esfaqueado, na última quinta-feira (6), o candidato
à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora (MG). Ainda
não foi revelado quem está pagando os honorários dos quatro advogados que o
defendem –.Fernando Magalhães, Zanone Oliveira Júnior, Marcelo da Costa e Pedro
Possa.
Os advogados disseram que foram contratados
por um ancião da igreja Testemunhas de Jeová de Montes Claros, frequentada pela
família de Adélio. Em comunicado à imprensa, a igreja Testemunhas de Jeová no
Brasil disse que não contratou os advogados e que nem Adélio nem sua família
são seguidores da igreja. "Portanto, a declaração do advogado de que foi
contratado por Testemunha de Jeová, conforme veiculada pela mídia, não é
verídica", diz a nota.
Polícia
Federal investiga se há mais envolvidos
A Polícia Federal (PF) está investigando se
Adélio recebeu ajuda para praticar o ato. Mais duas pessoas, sendo que uma está
internada após se envolver em uma briga durante a agressão, são suspeitas de
participação no ataque ao candidato.
A investigação vai levantar se Adélio agiu
sozinho e como se mantinha na cidade, onde estava hospedado em uma pensão. Ele
pagou adiantado R$ 400 pelo maior quarto da hospedagem. A PF poderá rastrear a
movimentação de Adélio a partir da quebra de seu sigilo telefônico, autorizada
pela juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara Federal de Juiz de
Fora.
A magistrada converteu a prisão em flagrante
de Adélio em prisão preventiva, sem prazo determinado. O agressor foi
transferido para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS),
onde está em uma cela individual, para resguardar sua integridade física.
A defesa de Adélio descarta a participação de
outras pessoas no ataque a Bolsonaro, inclusive de um mentor intelectual. Os
advogados disseram que ele agiu sozinho e de rompante. A ideia de atacar o
candidato, segundo a defesa, surgiu três dias antes, e Adélio foi estimulado
pelo discurso de Bolsonaro sobre quilombolas.
Mas a familia de Jair Bolsonaro tem falado,
sem apontar indícios, em "crime premeditado".
